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Mostrando postagens de 2020

Imago Urbis e o parque naturalístico Mangal das Garças: um paralelo entre a arquitetura contemporânea e a culturalidade

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Este ensaio foi selecionado dentre os ensaios desenvolvidos como avaliação da disciplina Estética das Artes Plásticas ministrada pela Professora Cybelle Miranda com a monitoria de Vithória Silva. Produzido pelos alunos da turma matutino: Ana Beatriz Dutra, Ana Beatriz Sousa, André Moraes, Dayane Vasconcelos e Maria Helena Vilhena. Cabe mencionar que os trabalhos são fruto da experência em ensino remoto emergencial, devido à pandemia de Covid-19, demonstrando a importância da não-paralização das atividades na Universidade (ainda que de forma remota) para o desenvolvimento da ciência, principalmente no que se refere à cidade de Belém.  Em meio ao espaço urbano de Belém, foi criado o Parque Naturalístico Mangal das Garças no ano de 2005 pelo Governo do Pará. Localizado no bairro da Cidade Velha, banhado pelo Rio Guamá, envolto por parte do centro histórico e por bairros periféricos, ele busca representar as matas de terra firme, de várzea e os campos, com sua fauna. Apesar da cidade ser c

Uma reflexão sobre a função da Arquitetura Pós-Moderna no templo religioso da Igreja Universal do Reino de Deus

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Este ensaio foi selecionado dentre os ensaios desenvolvidos como avaliação da disciplina Estética das Artes Plásticas ministrada pela Professora Cybelle Miranda com a monitoria de Vithória Silva. Produzido pelos alunos da turma vespertino:  Dayana Ramos, Elizeane Figueiredo, Isabela Machado e Sara Monteiro . Cabe mencionar que os trabalhos são fruto da experência em ensino remoto emergencial, devido à pandemia de Covid-19, demonstrando a importância da não-paralização das atividades na Universidade (ainda que de forma remota) para o desenvolvimento da ciência, principalmente no que se refere à cidade de Belém.  A conexão do belo com o sagrado esteve presente por muitos anos, fosse nas artes, em geral, e nas construções de templos. Há motivos sólidos para isso, segundo o filósofo Roger Scruton: "A beleza, assim como a religião, faz parte da nossa necessidade de consolação em um mundo complexo e caótico de tristeza e sofrimento”. Nota-se, portanto, a importância da estética para os

Inovação no projetar: a construção de habitação unifamiliar começando pela cobertura

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Figura 01 - construção das paredes independentes. Fonte: Ronaldo Carvalho, 2001. Voce já viu a construção de uma casa começar pela cobertura? Provavelmente não. Isto porque tradicionalmente começamos uma obra pela fundação, mas o trabalho dos doutores Ronaldo Carvalho e Cybelle Miranda publicado no primeiro volume de 2020 da  Revista Latino-americana de Ambiente Construído e Sustentabilidade  demonstra que esta proeza é possível.  O artigo aponta, a partir de exemplos de habitações localizadas na cidade de Belém, a importancia da flexibilização no projeto arquitetonico. Além disso, esta inovação no modo de projetar residencias se mostrou muito bem adaptada, em questões de conforto ambiental, ao clima amazonico, além de conceder novas possibilidades aos métodos e técnicas construtivos tradicionais.  Figura 02 - A casa em construção. Fonte: Ronaldo Carvalho, 2005. Resumo Este artículo propone exponer un método que incorpora la cobertura como elemento principal en la etapa inicial de cons

Sanatório Domingos Freire: um belo edifício ou antecâmara da morte?

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A edição de setembro de 2020 da Revista Hydra  trouxe um diálogo entre História e Saúde, abrangendo a arquitetura, serviço social e direito, reunidos a fim de proporcionar o debate a respeito experiências passadas e como aplicar o aprendizado no momento atual em que estamos vivendo. O artigo é resultado da dissertação de mestrado de Livia Costa e sob orientação da professora Cybelle Miranda, defendida no ano de 2019.  Para quem não sabe o Sanatório Domingos Freire foi o primeiro sanatório da cidade de Belém, e estava localizado no mesmo terreno do atual Hospital Universitário João de Barros Barreto. Sua edificação está initimimamente ligada ao desenvolvimento da área, localizada no bairro do Guamá, bem como os preceitos higienistas muito difundidos no período. Apesar de ter sido completamente demolido, há ainda hoje, a memória da edificação, seja através das pessoas, dos documentos ou do antigo portão de acesso pela Rua Barão de Mamoré.   Resumo: este artigo analisa a relação entre a h

O Barros Barreto como testemunho científico

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A assistência à saúde tem estado em destaque nos últimos meses e intimamente relacionada à este âmbito está a arquitetura hospitalar. Em Belém, destaca-se o histórico Hospital Barros Barreto, que nasceu como sanatório e gradativamente fora transformado em hospital de alta complexidade. O artigo escrito pelas autoras mestranda Larissa Leal (PPGAU-UFPA) e  professora Cybelle Miranda (UFPA), publicado na edição 29 da  Revista CPC  traz uma reflexão a respeito da arquitetura assistencial como patrimônio, e destaca o antigo Sanatório Barreto como local provedor de desenvolvimento da ciência, seus elementos arquitetônicos e o ponto de vista daqueles que o construíram ao longo de seus 60 anos de existência.  Figura 01: Fachada norte e varandas da ala oeste, vista a partir do bosque próximo ao SBB. Fonte: acervo fotográfico da Biblioteca do HUJBB (1973). Resumo A discussão a respeito do patrimônio cultural da saúde no Brasil tem se evidenciado nos últimos anos, principalmente a respeito dos de

Patrimônio reconstruído: a Santa Casa de Manaus

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A edição XV, número 1 da Revista 19&20  aborda a temática da iconografia dentro do patrimônio, dessa forma o artigo escrito pelas autoras Camyla Torres (PPGAU-UFPA) e Cybelle Miranda (UFPA) se enquadrou com a (re)construção da Santa Casa Misericórdia de Manaus, através do acervo iconográfico e de jornais encontrados durante as pesquisas. Neste sentido, a memória documental é utilizada como base para a abordagem da arquitetura do prédio, que atualmente está abandonado e degradado, correndo o risco de cair no esquecimento. Assim, o trabalho também é uma forma de registrar todos os acontecimentos do bem e assim, levantar subsídios para considerá-lo, na prática (tendo em vista que o prédio já é tombado) como patrimônio da saúde de Manaus.   O artigo se enquadra na linha de pesquisa de Arquitetura Assistencial, desenvolvida pelo Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural (LAMEMO-UFPA), bem como faz parte da dissertação de mestrado da discente Camyla Torres.           Resumo:  O artigo

SOLAR DO BARÃO DO GUAMÁ: uma manifestação da arquitetura classicista Imperial na cidade de Belém

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  Ana Maria Cruz Bolsista de Iniciação científica do LAMEMO/UFPA   Esta publicação visa divulgar o conhecimento sobre a arquitetura do classicismo imperial em Belém, por meio de um passeio virtual pelos interiores do antigo Solar do Barão do Guamá, atual sede da CODEM. A construção da maquete eletrônica resulta do plano de iniciação científica desenvolvido no período de 2019-2020 com bolsa do PIBIC/UFPA, sob orientação da Professora Cybelle Miranda, e faz parte da pesquisa A casa senhorial em Belém. Na segunda metade do século XIX, a arquitetura Classicista Imperial se manifesta com grande esplendor, sendo considerada como uma expressão de primeira grandeza, genuinamente brasileira. Assim como esteve presente no Nordeste e no Sudeste, ela também deixou suas marcas no Norte, mais especificamente em Belém, que naquela época era capital da província do Grão-Pará, e hoje capital do Estado do Pará.             Assim, voltaremos a atenção para o Solar do Barão do Guamá, construído 18

Artesanias no tempo q parou

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O isolamento social vivido mundialmente devido à Covid-19 trouxe diversas consequências (nem sempre boas) para a realidade de muitos, entretanto, os professores da FAU-UFPA Cybelle Miranda e Ronaldo Carvalho apresentaram um catálogo composto por obras produzidas durante esse período em casa, demonstrando uma alternativa criativa para ocupar o tempo livre. Além dos dois professores, a organização do catálogo contou com a bolsista do LAMEMO-UFPA Ana Maria Cruz. No dia 13 de agosto a página oficial da UFPA publicou uma matéria a respeito da produção artística dos docentes, que vai além do Lattes (Matéria UFPA - Catálogo)   O material dá margens à imaginação e comunica o quanto podemos usar nosso tempo livre para produzir arte e utensílios a partir de objetos que seriam descartados, além disso, a produção manual requer paciência, virtude muito almejada nos tempos atuais.  A respeito das obras produzidas em casa e utilizadas para mudar o ambiente em que nós (isolados) passamos a maioria do

A ASSISTÊNCIA DO HOSPITAL DA MISERICÓRDIA DE MANAUS EM TEMPOS DE EPIDEMIA

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Camyla Torres (Mestranda PPGAU/UFPA e bolsista FAPEAM) Ao longo da história da humanidade, as várias epidemias ocorridas no mundo foram propiciadas pelo surgimento dos aglomerados populacionais, novas rotas de comércio, movimentos migratórios, dentre outros. Na distribuição espaço-temporal, as doenças e suas consequências mobilizaram grandes esforços para a implementação de ações médico sanitárias, sociais e econômicas, cujas consequências promoveram profundas transformações nas sociedades. Desde o início de 2020 vivemos um momento específico e histórico por conta da pandemia do novo Coronavírus, a  COVID-19 , que segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, constitui-se em uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, o mais alto nível de alerta, contaminando mais de 2.314.621 casos e 157.847 mortes, contabilizados até o dia 20 de abril de 2020. O Brasil, na mesma data, registrou 40.581 casos confirmados da COVID-19 e 2.845 mortes.  Para se entender este

BASÍLICA DE NAZARÉ: REFÚGIO, ISOLAMENTO, PATRIMÔNIO E (RE)CONHECIMENTO

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Wagner J. Ferreira da Costa O isolamento social em Belém do Pará firmado pelo Governo do Estado desde final de Março do presente ano, na tentativa de amenizar os efeitos nocivos a população causados pelo Coronavírus (COVID-19), pôs em evidência o quanto a cidade que criamos nos assombra e, em contrapartida, permitiu que vislumbrássemos o papel do patrimônio da Basílica Santuário de Nazaré em meio a pandemia, enquanto “refúgio”, que se faz (re)conhecer nos tempos atuais, mesmo que demarcada por uma certa “invisibilidade visiva”, dada a poluição visual do bairro de Nazaré e/ou pela assimilação das formas existentes por parte dos indivíduos da localidade compondo seu cotidiano, e, portanto, como algo “comum”. No seu livro “Paisagens urbanas”, publicação de 1996, Nelson Brissac Peixoto descortina a dimensão da cidade contemporânea como uma justaposição, um cruzamento de espaços e tempos distintos que convivem no mesmo cenário, passando desapercebidos quanto a sua complexidade, em v

O SANATÓRIO PARAENSE E O ISOLAMENTO DOS DOENTES EM TEMPO DE EPIDEMIA

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Cybelle Salvador Miranda Larissa Silva Leal No dia 20 de março de 2020, a página oficial da EBSERH, empresa que administra o Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), publicou a notícia de que o hospital receberá pacientes infectados pela nova doença causada pelo Coronavírus, a COVID-19 , responsável pela pandemia vivida atualmente. Diante deste fato, a evocação do histórico da instituição reitera o passado do HUJBB, marcado por epidemias desde o início de seu funcionamento, quando este ainda era o Sanatório Barros Barreto (SBB).  Figura 01 - Notícia publicada no site da EBSERH. Fonte: Portal da EBSERH-HUJBB Em fins da década de 20 do século passado, a tuberculose (conhecida também como Peste Branca) era responsável por mais da metade dos óbitos em todo o Brasil, sob a somativa de dois fatores: a situação sanitária das cidades brasileiras e a falta de instituições para tratamento da doença. Segundo Bertolli Filho (2001) a tuberculose, causada por uma b