FRAGMENTOS DE UM COMPLEXO PAVILHONAR – OU SOBRE OS ELEMENTOS QUE PERMITEM RECONHECER A ARQUITETURA DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ COMO PATRIMÔNIO DA SAÚDE

 

 O Artigo "Fragmentos de um Complexo de Pavilhonar - ou Sobre os Elementos que Permitem Reconhecer a Arquitetura da Santa Casa de Misericórdia do Pará como Patrimônio da Saúde" de autoria de Cybelle Salvador Miranda (Professora PPGAU/UFPA) divulgado no IV Seminário Internacional "Historia de la Arquitectura Hospitalaria", eixo temático 3: Nuevos enfoques de valoración, integración territorial, institucional y disciplinar, páginas 534 à 550, de 2020. Este artigo se embasou na pesquisa iconográfica e histórica com o objetivo de caracterizar o complexo como parte de um arquitetura integrante do patrimônio cultural da saúde, a fim de subsidiar um pedido de tombamento. Boa Leitura!.



 Resumo:

O hospital da Santa Casa de Misericórdia do Pará ainda hoje é referência no atendimento à população de todo o estado, tendo sido construído em 1900, no bairro do Umarizal, área central da Capital, Belém. Nos postais de época veem-se os pavilhões originais, orgulho de uma cidade remodelada no decurso do ciclo da borracha. Ao longo de 120 anos de existência deste complexo pavilhonar, sua imagem foi alterada, sendo possível observar, como indicio, o deslocamento de sua entrada originalmente feita pelo pavilhão de linguagem clássica que abrigava a sala dos conselhos da confraria, demolida em 1950. Em 1914, foi construído um novo bloco, destinado à maternidade, projetado pelo arquiteto José Sidrim, assim como o pavilhão da Infância Bartholomeu Menezes - Hospital da Criança, inaugurado no complexo em 1928, passando então o acesso do hospital a ser realizado pela entrada da maternidade, situada na confluência do Rua Oliveira Belo com a Avenida Generalíssimo Deodoro. Esta comunicação pretende relacionar fragmentos e objetos provenientes de espaços desaparecidos ou remodelados no complexo pavilhonar como repositórios da memória hospitalar, tais como a sala dos concelhos e os móveis presentes no Museu da Santa Casa, assim como a figura de Maria bambina. Outras memórias nos conduzem à passarela que liga a entrada da antiga maternidade ao corredor de acesso da capela antiga, com entrada pelo porão. Neste labirinto de memórias vamos reconhecendo o conjunto como um complexo, cujos pavilhões de enfermaria foram quase totalmente desativados, restando um dos mais recentes, o pavilhão São José, construído em 1950. Hoje, o prédio centenário convive com a ‘nova Santa Casa’, monobloco vertical do qual se avistam ainda os pavilhões e corredores do prédio centenário. A pesquisa envolveu a coleta de informações em jornais de época, fotografias, cartões postais, bem como recorreu a entrevistas com usuários do hospital a fim de caracterizar quais construções integrantes do complexo hospitalar são dotadas de valor estético, histórico e afetivo, a fim de que sejam caracterizadas como arquiteturas integrantes do patrimônio cultural da saúde. Deste modo, visa subsidiar o pedido de tombamento protocolado em 30/09/2013 pelo Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural (LAMEMO/UFPA) junto ao Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Estado do Pará (DPHAC/SECULT – processo 2013/455219).

 


Para acessar o artigo: Fragmentos de um Complexo Pavilhonar

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