Hospital da Caridade na Belém Imperial: caracterização e construção de um modelo virtual

Revista 19&20 aborda temáticas da História da Arte e do patrimônio, com isso, o artigo escrito pelos autores Cristhian Cabral e Cybelle Miranda (LAMEMO UFPA) se enquadra como uma (re)construção virtual por meio do acervo iconográfico, de jornais encontrados durante as pesquisas e de ferramentas de softwares de 3D para a arquitetura. Nesta pesquisa, vinculada ao projeto HOSPITALIS, a memória documental é utilizada como base para a abordagem da arquitetura do prédio, o qual, na década de 70, foi demolido, mesmo estando amparado pela lei do tombamento com patrimônio cultural, e sua materialidade fadada ao esquecimento. Assim, o trabalho é uma tentativa de resgate da memória do Hospital da Caridade e história da saúde paraense, como também um alerta para que o mesmo destino não ocorra com os outros exemplares do nosso estado.


 Resumo

Ao estabelecer morada na cidade colonial de Belém do Grão-Pará, Frei Caetano Brandão fundou no fim do século XVIII o primeiro hospital de alvenaria do Pará e um dos primeiros locais de tratamento terapêutico e acolhimento que a população adoecida da cidade teria acesso, o Hospital Bom Jesus dos Pobres Enfermos, também conhecido como o Hospital da Caridade de Belém do Pará. A história do hospital está atrelada à atuação e influência político-religiosa das irmandades em solo paraense e o seu edifício em tipologia de sobrado português, resguardava a síntese das características da arquitetura colonial lusitana e influências implícitas do partido arquitetônico adotado pela Ordem Terceira de São Francisco de Assis, a qual Frei Caetano Brandão era ordenado. Após pertencer por anos à Companhia Nipônica, foi apropriado pelo Exército Brasileiro até o ano de sua demolição, em 1978, mesmo estando sob a proteção do tombamento como patrimônio cultural a nível nacional e sua perda representa o descaso e abandono do patrimônio histórico de Belém do Pará.

Consoante às pesquisas já realizadas na temática da arquitetura hospitalar, o escopo deste artigo reside primariamente no resgate da história do Hospital Bom Jesus dos Pobres Enfermos, cuja bibliografia é escassa e necessita de maior compilação para preservação da memória do hospital. O segundo momento é a análise dos elementos compositivos adotados no partido arquitetônico do hospital, recriando em modelo virtual uma réplica arquitetônica resultante dos processos de ampliação ou reforma que ele passou durante os 113 anos (1878-1900) que funcionou como uma edificação hospitalar e após sua demolição em 19781.A pesquisa adotou o método qualitativo com a pesquisa histórica da instituição e o levantamento dos aspectos de sua arquitetura, tendo por meta a reconstrução virtual do edifício, utilizando como base os registros iconográficos e os escritos de fontes primárias e secundárias. O modelo virtual foi confeccionado por meio de softwares de modelagem em três dimensões (3D) utilizados no campo da arquitetura e do urbanismo, e servirá de registro para ações de educação patrimonial acerca do patrimônio cultural da saúde.

 

 

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