Fordlândia e Belterra: percursos etnográficos e a patrimonialização da Arquitetura em madeira

 O artigo "Fordlândia e Belterra: percursos etnográgicos e a patrimonialização da Arquitetura em madeira", publicado na Revista 5% Arquitetura + Arte, de 2021, aborda um dos resultados da dissertação de Zâmara Lima, orientada pela professora Cybelle Miranda, cujos caminhos trilhados dentre as chamadas company towns trouxeram enriquecedores resultados a respeito do passado das cidades e como ele é enxergado atualmente. Boa leitura!


Imagem 01 - Foto de uma residência localizada na Vila Matinha, com uma construção em alvenaria na parte posterior. Fonte: Zâmara Lima.


Resumo:

O interesse na preservação do conjunto urbano de Fordlândia e Belterra se explica pela importância histórico-cultural-econômica principalmente para a Amazônia, como um dos primeiros grandes projetos implantados da região. Foi idealizado e financiado pela indústria Ford para o cultivo da seringa e extração do látex vegetal, que fora utilizado como base na produção dos pneus de automóveis fabricados pela Companhia. Com a decadência e o abandono do projeto pela Ford, o lugar ficou conhecido como "cidade fantasma”, entretanto permaneceu ocupado principalmente pelas famílias de ex-funcionários e ex-prestadores de serviços, em geral vindos de regiões próximas.

Em virtude disso, o artigo aborda a memória dos moradores como forma de valoração do patrimônio cultural e na construção da patrimonialidade, iniciando com um sucinto percurso pela trajetória dos parâmetros de salvaguarda e do conceito de patrimônio cultural para se entender as mudanças que culminaram no interesse em preservar a arquitetura em madeira no Brasil. Para tal, adotou-se o método qualitativo com aplicação da etnografia para incursão em campo, como meio de verificar a influência do espaço construído nas categorias sociais e a relação com as casas em madeira, caracterizando essa arquitetura que ora se assemelha ao tipo palafita, ora aos típicos bangalôs norte-americanos. Considera-se, portanto, que há elementos necessários para a patrimonialização, mas reconhecendo as dificuldades em se manter a integridade das casas em madeira, sobretudo em região de clima úmido.

Figura 02 - Mapa de localização de Fordlândia e Belterra no estado do Pará. Fonte: George B. A. Lima e Zâmara Lima.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BELÉM DOS ECLETISMOS – Elementos decorativos marcam as casas burguesas no bairro de Nazaré

SANATÓRIO Vicentina Aranha: entre o passado assistencial e o uso público

DISSERTAÇÃO CINE ÓPERA- Belém-PA: arquitetura como microcosmo de memórias subterrâneas