Breve resenha da história do Cineclubismo em Belém do Pará


      Nos últimos anos ocorreu uma expansão dos cineclubes a partir da paixão cinéfila de um grupo de intelectuais que se interessavam não só especificamente pelo Cinema enquanto Arte, a 7ª arte, mas também pela Literatura, o Teatro e as Artes Plásticas. Três grupos ocorreram para a estruturação: o Cineclube “os Espectadores”, Cineclube “os Bandeirantes” e o ARTS. Fundado em sessão de 11 de fevereiro de 1955 à Avenida Nazaré 429, Os espectadores teve como primeiros membros Antonio Munhoz Lopes, Abilio Diogo Couceiro, Joaquim Francisco Mártires Coelho, Maria Sylvia Ferreira da Silva Nunes, Benedito José Viana da Costa Nunes, Orlando Teixeira da Costa (1º presidente da sessão e grande incentivador do cinema no Pará) e Stella de Castro Ribeiro. Foram registradas em Ata sessões desta associação até 2 de fevereiro de 1958.
      Ao mesmo tempo, no porão da casa do então universitário Pedro Veriano Direito Alvarez eram projetados filmes considerados clássicos nas histórias críticas do Cinema, precedidas pela análise da película, e crítica ao final da sessão. Estava fundado o Cine clube “Os Bandeirantes”.
       Aproximadamente na mesma época, um grupo de jovens criou o grupo ARTS constituído por Acyr Castro (A), Rafael Vieira da Costa (R), Amilcar Tupiassú (T) e (S) de Manoel Wilson dos Santos Penna, ao qual o cronista veio a anexar-se. Esse grupo de cronistas e críticos de cinema manteve colunas especializadas nos jornais A Província do Pará, Folha do norte, A Palavra e A Voz de Nazaré. Pedro Veriano lançou o Livro “História da Crítica Cinematográfica em Belém do Pará”.

      Participamos da fundação, em três de outubro de 1962, junto com Cláudio Barradas e Ildefonso Guimarães, do Cine clube “Os Neófitos”, o qual teve curta duração. Atualmente funcionam vários clubes de cinema, como a Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA) e a Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC).
Na foto, em novembro de 2004, na entrada do Museu Histórico do Estado do Pará, Maiolino Miranda, Wilson Penna, Acyr Castro e Pedro Veriano
Foto: Inês Penna


Maiolino de Castro Miranda
Psiquiatra, Professor do Curso de Psicologia da UFPA (aposentado)

Comentários

Blog do Veriano disse…
O meu Cine Bandeirante não tinha status de cineclube. Exibia filmes no porão(depois garagem)de minha casa, na então Av, S. Jeronimo(hoje josé Malcher) de 1950 a 1984. A vizinhança ajudava a pagar o aluguel dos filmes em 16mm. Passava de tudo: clássicos e "bregas". A relação com cineclube deu-se nas exibições prévias do que se exibia no "Os Espectadores"(auditório da Sociedade Artistica Internacional, hoje sede da Academia de Letra). Nessas sessões os convidados a apresentar os filmes viam as cópias em primeira mão. O compromisso do "Bandeirante"(sem "s") era ajudar Orlando Costa que levava o seu cineclube nas costas chegando a alugar projetor para as exibições.

Postagens mais visitadas deste blog

BELÉM DOS ECLETISMOS – Elementos decorativos marcam as casas burguesas no bairro de Nazaré

SANATÓRIO Vicentina Aranha: entre o passado assistencial e o uso público

DISSERTAÇÃO CINE ÓPERA- Belém-PA: arquitetura como microcosmo de memórias subterrâneas