Resenha: "Pedro Teixeira - Uma aventura épica na Amazônia", de Anete Costa Ferreira
Por Karina Pamplona e Cybelle Miranda
Nesta
obra composta pela reedição revista e ampliada de A exposição de Pedro Teixeira – A sua importância para Portugal e o
futuro da Amazónia, é apresentado o personagem Pedro Teixeira, militar
português, bandeirante que explorou a até então inexplorada Amazônia,
fincando os alicerces que permitiram manter como português um território
indubitavelmente espanhol no Tratado de Tordesilhas, moldando toda a
configuração cultural que fomentou a cultura brasileira. A publicação integra
as comemorações do Ano do Brasil em Portugal e de Portugal no Brasil.
Capa do livro "Pedro Teixeira - Uma aventura épica na Amazónia"
“As caravelas ao atravessarem o Atlântico, deixaram
perpetuadas as ligações entre Portugal e Brasil. Portugal foi o catalisador do
mosaico étnico na miscigenação do branco como gentio e o negro que nos deu essa
raça única no mundo – o povo brasileiro – naquele gigante que se chama Brasil,
cuja extensão se deve aos bravos navegadores portugueses Pedro Álvares Cabral,
António Raposo Lopes, Pedro Teixeira e muitos outros” (Nota da autora, p.17)

A
experiência da viagem de Pedro Teixeira recusa a condição de uma matéria
histórica bruta para se estruturar como uma sutil metáfora do desafio proposto a
todo o historiador: sustentar os caminhos árduos e sinuosos que se configuram
pelo relevo e cenários inexplorados e imprevisíveis e ser capaz de contar
histórias. E neste momento, Anete, subsidiada pela formação no universo das
Ciências Humanas em Belém e em Portugal, desbrava junto a Teixeira por uma
Amazônia desconhecida, como uma bandeirante literária que explora as assertivas
e fantasias de uma região exótica.
No
pósfácio, o Professor Edilson Motta ressalta a relevância do tema, destacando o
contexto histórico da jornada de Teixeira, em meio a União Ibérica, bem como
aponta problemáticas a serem exploradas em futuras pesquisas, dada a
complexidade dos sujeitos e povos envolvidos, requerendo uma leitura ‘ a
contrapelo’ da história - como indica Walter Benjamin - pela perspectiva
daqueles que não puderam registrá-la por escrito, a saber, os indígenas que
foram a massa maior que compôs a comitiva liderada por Teixeira.
Servindo
de rico e importante acervo e repertório histórico para o entendimento do
território amazônico – cujo intuito recai em desnudar as situações vivenciadas
por comunidades ameríndias e lusitanas; o livro não se dispõe somente ao meio
acadêmico e sim como uma leitura até certo ponto descompromissada e ao mesmo
tempo engajada à historicidade e importância do tema. Sendo assim, desbravemos!
Anete Ferreira proferindo palestra sobre Belém
no Dia dos museus
no Palácio Foz (Lisboa, dez 2013)
no Palácio Foz (Lisboa, dez 2013)
Foto: Cybelle Miranda
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