SOLAR DO BARÃO DO GUAMÁ: uma manifestação da arquitetura classicista Imperial na cidade de Belém
Ana Maria Cruz
Bolsista de Iniciação científica do
LAMEMO/UFPA
Esta publicação visa divulgar o conhecimento sobre a arquitetura do classicismo imperial em Belém, por meio de um passeio virtual pelos interiores do antigo Solar do Barão do Guamá, atual sede da CODEM. A construção da maquete eletrônica resulta do plano de iniciação científica desenvolvido no período de 2019-2020 com bolsa do PIBIC/UFPA, sob orientação da Professora Cybelle Miranda, e faz parte da pesquisa A casa senhorial em Belém.
Na segunda metade do século XIX, a arquitetura Classicista Imperial se manifesta com grande esplendor, sendo considerada como uma expressão de primeira grandeza, genuinamente brasileira. Assim como esteve presente no Nordeste e no Sudeste, ela também deixou suas marcas no Norte, mais especificamente em Belém, que naquela época era capital da província do Grão-Pará, e hoje capital do Estado do Pará.
Assim, voltaremos a atenção para o Solar do Barão do Guamá, construído 1883 no contexto inicial do ciclo da borracha, tratando-se de um projeto de uso residencial, apresentado como um espécime da arquitetura Classicista Imperial. O prédio do Solar foi uma obra encomendada pelo advogado Francisco Acácio Correa, este que se tornou Barão do Guamá por meio de um despacho em 1883, mesmo ano de construção do prédio.
O prédio estava situado na estrada de Nazaré, considerada na época um lugar afastado do centro urbano, atualmente é chamada de Avenida Nazaré, uma das principais vias que compõem o centro da cidade, concentrando grande parte dos palacetes e sobrados construídos em Belém à época da borracha.
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Imagem 01: Edifício do 5º Grupo Escolar. Fonte: PARÁ. Governador (1901-1909: A. Montenegro). Álbum da festa das crianças: descrições e fotografias, 7 de setembro de 1905. Estado do Pará. |
O Solar do Barão do Guamá chama atenção de seus observadores devido seu aspecto rígido, expressando uma geometria racional em seu volume, sendo isso consequência da escolha de seu partido. Esse aspecto lhe assegura um diferencial em relação aos demais prédios encontrados em seu entorno no bairro de Nazaré. Nele podemos observar a incorporação de padrões normativos identificados em edifícios residenciais do maneirismo italiano, sob um traçado simétrico.
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Imagem 02: Maquete da fachada principal do Solar. Fonte: Ana Cruz, 2020. |
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Imagem 03: Vista da fachada lateral e parte da frontal da maquete do Solar. Fonte: Ana Cruz, 2020.
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Atualmente, o prédio do Solar não conta mais com sua espacialidade interna original, perderam-se as referências ao programa distributivo residencial, tornando-se impossível determinar sequer as denominações de uso dos ambientes dispostos e ter a mesma percepção nos percursos. Para visualizar a configuração de suas divisões espaciais e circulações, foi confeccionada uma maquete eletrônica do pavimento térreo, baseada nos fechamentos indicados por paredes mais grossas, indicadas no projeto de reforma de 1975.
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Imagem 05: Maquete com vista do
primeiro pavimento do solar. Fonte: Ana Cruz, 2020.
Mesmo
com todas as perdas referentes à anatomia interior do prédio, sua arquitetura
austera continua sendo preservada externamente, dessa forma podendo classificar
o prédio como uma obra marcante da arquitetura classicista imperial. Visando
o
fato de muitos não conhecerem a história do prédio e sua importância enquanto
marco arquitetônico paraense, o Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural-
LAMEMO decidiu por disponibilizar no Blog do LAMEMO e em suas redes sociais os
resultados a respeito do prédio obtidos no artigo “Solar Barão do Guamá: um
exemplar do classicismo imperial brasileiro em Belém do Pará”.
Além das informações
acerca do prédio, reproduzimos uma visita virtual pelo prédio, adentrando os
espaços apresentados na maquete eletrônica, para que, dessa forma, haja o compartilhamento
do assunto com a comunidade em geral.
Vídeo elaborado por Ana Maria Cruz
Música: Sabor açaí, de Nilson Chaves
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